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segunda-feira, 31 de março de 2014

Capítulo XIII - Uma Luta Épica

Primeiramente uma horda de guerreiros mortos-vivos invadiu o hotel; depois um lobo enorme, que poderia ser confundido com um dos filhos de Loki, entrou com cinco arqueiros de aparência élfica nas costas. Então algo que até então eu nunca tinha visto adentrou no recinto: uma enorme Fênix. E como se isso já não bastasse vários mestiços armados entraram por trás, armados com diversas armas.
–Nós nunca vamos vencer – disse Gabriel assustado – eles têm uma Fênix.
-Não se preocupe Gabriel, nós podemos pedir ajuda – falou vitória tentando animar o garoto, mas olhando nos seus olhos qualquer um percebia que nem ela mesma acreditava nisso.
–Por sorte eu tenho amigos. – falei colocando a mão na minha pedra Negra – Falemos com o inimigo, qualquer coisa eu os chamo.
–Tudo bem – disse Karla um pouco confusa – mas eu acho melhor que eu vá com você e o Pietro. Qualquer coisa, o Clarck e a Vitória poderão resistir por mais tempo.
–Por mim tudo bem – falou Clarck colocando as mãos na cabeça e bocejando – vai ser moleza.
–Ok, então vamos – falei, e logo Karla e Pietro que logo me seguiram.
...
Eu logo mudei a cor da minha camiseta para branco – ela se adapta a sua necessidade – e a tirei, para balançar no ar, de modo que o inimigo visse, e, entendesse que queríamos conferenciar. Logo um Mestiço alto e musculoso, que aparentava ter uns 19 anos, se aproximou e perguntou:
–Já vieram se render? – falou numa gargalhada – onde estão os outros? Se tremendo de medo?
–Na verdade – falei muito sério – viemos pedir que vocês nos deixassem passar logo, antes que nossos reforços cheguem.
–Você está blefando – disse o jovem que agora tinha uma expressão não de alegria, mas sim de ira – vocês não conseguiriam chamar reforços com os recursos que tem. E se acha que eles vão vir pela quantidade de monstros, estão muito enganados. Nós temos métodos para ocultar monstros.
–Bem nesse caso – falei calmamente – vamos ter que lutar, contra vocês e matar cada monstro aqui presente. Depois vamos fazer seus amigos mestiços de prisioneiros e leva-los a CDM para serem julgado.
–A e? – falou o desertor com um novo sorriso no rosto – você e que exército?
–Bem – falei colocando a mão na pedra, e pensando: “venham” – eu e esse exército.
Nesse instante os bonecos de escuridão romperam de todo lugar, assustando alguns monstros que saíram correndo – inclusive a grande Fênix – e surpreendendo os mestiços, inclusive os do meu lado, de modo que alguns até começaram a fugir. Pietro ainda sussurrou com voz um pouco tremula:
 –Amigo seus?
–São sim – falei um pouco risonho – eu os encontrei no Japão. Eles são tipo guarda-costas profissionais.
–Tudo bem então – falou ele com uma “confiança desconfiada”.
Alguns dos monstros retornaram (infelizmente a fênix também) bem mais corajosos que antes. Um dos Mestiços rivais chamou o “cara” que estava conversando conosco para se juntar ao exercito logo. Ele saiu correndo, mas antes ele lançou um olhar ameaçador para nós.
Eu logo saquei meu atirador de flechas automático, e me preparei. Alguns dos meus “soldados” fizeram o mesmo, e, recuaram um pouco para não acertar nem um de nós. Logo já estavam mirando nos alvos.
Pietro pegou uma arma que Karla o emprestou. Era uma katana, que ele demonstrou saber usar muito bem. Já Karla ficou com uma boa e velha espada Grega.
Assim como aconteceu comigo alguns “bonecos de escuridão”, também pegaram armas idênticas as dos dois e copiaram algumas de suas ações. Eu fui o primeiro a atacar; mirei na fênix e boa parte dos meus amigos também mirou. No momento em que eu atirei, uma saraiva de flechas negras voou junto da minha flecha, atingindo a fênix e a tornando em cinza.
Depois disso o exército inimigo avançou, e meus soldados negros combateram-nos em quanto nós quatro – eu, Pietro Karla e mais um soldado – atacamos alguns monstros aéreos. Eu estava acertando algumas uraei, em quanto Pietro e Karla acertavam Aurae Boreae distraídos, era impressionante como ele matava aqueles monstros só com uma espada. Meu boneco de escuridão por sua vez, desaparecia e aparecia no ar e matava diversos monstros. Vez por outra, algum monstro passava por nós, e eu esperava que Alexandra, Gabriel, Clarck e Vitória estivessem conseguindo se virar.
Nós ficamos lutando por horas, sem se quer, chamar a atenção dos pedestres que passava na rua. Realmente foi uma grande luta, e ouve perdas dos dois lados.
Quando os bonecos de escuridão começaram a perder a força vital, alguns lobos avançaram em nós. Pietro era o alvo principal, e até conseguiu matar um lobo, e ferir outro, mas foi ferido por muitos outros. Ele começou a perder sangue e desmaiou. Mas Karla realmente foi uma heroína. Ela havia aprendido algumas técnicas de cura com a mãe, na época em que ela visitava a CDM – ela era uma caçadora aposentada e mandou a filha para aprender a se defender, e de vez em quando ela ia visita-la e acabava dando aulas particulares – e as usou sabiamente. Ela salvou a vida de Pietro, drenando sua própria força vital, para que ele se curasse e sobrevivesse. No fim das contas ela morreu. Mas Pietro ao saber o que ela fez, não chorou ou ficou feliz, ele se encheu de ira e avançou no exército inimigo junto com os “soldados” amigos. Ele matou uma grande parte de Mestiços e feriu os restantes. Ele conseguiu até domar um cão infernal, e o fez matar os outros. Foi genial. Os bonecos de escuridão se recompunham lentamente e atacavam mais e mais; até que por fim... vencemos. Meus “ajudantes” se retiraram para o Duat e fomos pro quarto.
...

No quarto, Alexandra estava suando muito e Clarck estava com a camiseta em farrapos. Gabriel dormia em um sono pesado e Vitória colocava um curativo na barriga. Assim que eu cheguei eu desabei no chão e comecei a dormir. Tudo que vi antes de apagar completamente foi, Pietro começar a chorar e Alexandra tentando consolá-lo.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Capitulo XII – Aventuras Na Elite

[Bem, agora acho melhor pular alguns anos até as partes importantes]
O primeiro ano como eu já falei foi com o capitão Ulisses e eu aprendi grande parte do que sei hoje naquele ano.
O segundo ano foi calmo e não tivemos mais nada importante.
O terceiro ano também não foi um ano de muitos acontecimentos.
Só no Quarto ano, quando eu já tinha 10 anos, eu realmente tive uma aventura significante.
No quarto ano de elite, o professor Jacob pediu para que quatro mestiços fossem numa pequena missão. Ele me deixou encarregado de liderar essa missão. Ela era bem simples. Acontece que alguns mestiços estavam nas redondezas de Brasília, porém esses não eram mestiços cientes, isto é, eles não sabiam a verdade sobre o sangue deles. A nossa missão era induzi-los a ir ao palácio de planalto e faze-los entrar na CDM, o restante era responsabilidade de Douglas e Cristian.
Eu escolhi Clarck, Vitória e Karla para me acompanharem na missão. Nós nos preparamos um dia antes e colocamos um uniforme da CDM – ele eram feito de um “tecido camaleão”, que mudava de tonalidade dependendo da situação. Nós usávamos para nos disfarçar e para não gastar tempo trocando de roupa – e preparamos as armas necessárias para a missão. Eu ainda tinha minha pedra negra – que eu nunca usará – presa ao meu pescoço pela corrente de bronze que o capitão Ulisses me dera, e eu não parava de checar se realmente estava lá. Eu sentia que iria usá-lo, e descobri que essa sensação se concretizaria.
Em fim, quando partimos pela manhã, não havia muito movimento na rua, apenas alguns idosos fazendo caminhadas. Nós logo fomos atrás dos mestiços. Eu ia à frente, já que eu era o melhor em sentir sangue mestiço – técnica que aprendi com capitão Ulisses – e os outros me seguiam mais para trás. Em fim eu senti grande concentração de poder num hotel em uma cidade satélite próxima a Brasília. Pegamos um táxi durante parte do trajeto, e a outra parte fomos a pé. Quando chegamos ao destino, discretamente preparamos algumas armas. Vitória pegou um bambu e colocou um dardo, Clarck pegou um machado de 50 centímetros, Karla pegou uma adaga dourada, que eu, suspeitei se tratar do mesmo bronze que o capitão Ulisses me dera para servir de corrente, e eu saquei a espada que James me dera. Eu ainda não sabia como usá-la mas eu gostava dela. Quando entramos no hotel, a dona ainda estava organizando as mesas do café da manhã. Ao nos ver ela empalideceu e olhou para a copa onde uma garota que parecia coreana, ou descendente, comia uma maçã. Ao ver o olhar da dona, ela imediatamente largou a maçã e foi até o quarto correndo. Clarck começou a segui-la, mas ela era rápida e logo o despistou nos corredores do hotel. Em quanto ele tentava achar seu rastro, eu comecei a falar com a dona do hotel em quanto Karla e vitória procuravam sentir o sangue mestiço presente no local. O nosso diálogo foi curto. Eu comecei:
–Bom dia – falei com a maior simpatia do mundo – nós somos primos daquela garota que correu e gostaríamos de saber em que quarto ela está hospedada, e se ela está com nossos outros parentes.
–Não posso revelar esse tipo de informação – falo ela secamente, eu tenho quase certeza que era desprezo em sua voz – certos clientes pedem que não revelemos seus quartos, e nós respeitamos.
–Bem – falei colocando a mão na minha espada – se não contar por bem... terá que ser por mal.
Ela riu durante alguns instantes e disse:
–E o que você vai fazer? – falou ela em tom de deboche – Me atacar com essa espada?
Eu me enchi de raiva na hora, mas como ela era mortal eu não podia feri-la. Então disse:
–Realmente, não posso te machucar – falei olhando para Vitória e piscando o olho para ela – mas minha amiga ali pode.
Então ela disparou um dardo certeiro bem na entrada do brinco dela, de modo que o tirou do seu ouvido.
–Nós não queremos problemas – falei calmamente – basta você nos dizer o quarto e a deixaremos em paz.
Ela estremeceu e balbuciou:
–6b – gaguejou algumas vezes – na ala 3, 6b...
Assim que ela acabou eu agradeci e fui até a ala três com vitória e Karla. No meio do caminho encontramos com Clarck que estava ofegante. Após explicar brevemente o ocorrido, nos dirigimos a ala três e batemos na porta do quarto 6b. Depois de três vezes um garoto com aproximadamente nove anos atendeu a porta.
–Quem são vocês e o que querem? – falou coçando os olhos, pois havíamos o acordado.
Assim que o vi, percebi se tratar de um mestiço, pois meus sentidos afloraram ao máximo. Então eu respondi:
-Somos caçadores mestiços e viemos buscar todos os mestiços daqui. – falei rapidamente.
–O quê? – falou ele confuso, então em seguida bateu a porta na nossa cara.
–Por que você falou isso? – perguntou Karla irritada.
–É cara – começou Clark – cê praticamente arruinou nossas chances.
–Não ainda – falei calmamente – olha lá.
Apontei para o fim do corredor no qual a garota coreana estava se dirigindo para o quarto, mas como olhava para trás não nos viu. Rapidamente nos escondemos e esperamos ela entrar.
Quando o garoto abriu a porta gritou:
–O que vocês que... – então ele olhou pra cima e viu a garota, logo baixou o tom de voz e se explicou – desculpe, eu achei que fossem aqueles “caçadores mestiços” que queriam alguma coisa.
Assim que ele falou “caçadores mestiços”, a garota empalideceu mais do que já estava e disse:
–Como eles eram?
–Bem – falou pausadamente o garoto, tentando lembrar-se dos nossos rostos – eu não prestei muita atenção, mas eram dois caras e duas garotas.
–Que droga – falou a garota quando chutou a parede – eles devem estar atrás de nós. Aposto que são mais daqueles monstros que matamos em Luziânia.
–Talvez – falou o garoto hesitante – mas não vamos nos preocupar com isso, em quanto a senhorita Olivia nos der cobertura estaremos seguros daqueles monstros.
Então eles entraram e começaram a conversar com mais algumas pessoas lá dentro. Depois saímos do nosso esconderijo e começamos a discutir uma estratégia.
–Acho que devemos entrar agora – disse Clarck decidido.
–Acho melhor esperarmos – disse vitória.
–Eu acho que devemos voltar a CDM – comentou Karla – e chamar reforços.
–O que acha Devon? – perguntaram todos quase que ao mesmo tempo.
–Eu acho que... – e nesse instante Senhorita Olivia chegou aos tropeços no corredor com uma corda na boca e desamarrando as cordas dos braços. Mas antes que ela pudesse chegar até nós uma flecha transpassou sua cabeça e ela caiu morta no chão. Atrás dela estava um homem alto com uma “besta” na mão, e já estava preparando o tiro de bala para nós. Mas ai aconteceu a coisa mais improvável do mundo. Os mestiços que estavam no quarto abriram a porta e começaram a atirar no homem, que caiu no chão morto. Infelizmente com a queda o homem disparou o tiro que acertou um dos rapazes dos outros mestiços, que caiu no chão também morto.
...
Nós estávamos em estado de choque. Mas alguma coisa precisava ser dita, então eu falei:
–Obrigado por nos ajudar – falei hesitante a quem me dirigir – e minhas condolências a todos, pela perda de vocês.
Nesse momento a garota coreana explodiu de raiva e disse:
–Você não sabia nada sobre ele – falou gritando em quanto as lágrimas caiam de seu rosto – ouviu? Nada.
Depois de um tempo eu tomei coragem novamente e disse:
–Sei que ele foi um cara que de vez em quando trocava de escola. – falei calmamente à medida que ela parava de chorar – Sei que ele foi atacado por coisas que apenas ele via, e sei também que ele matou essas coisas. Sei que os pais dele esconderam a verdade sobre ele. Sei também que ele fugiu de casa para não ter que lidar mais com monstros. E sei que em algum momento ele encontrou você.
Depois dessa ultima frase, ela parou de chorar e me encarou. Finalmente ela disse:
–Afinal – falou ela pausadamente, não como se estivesse escolhendo as palavras, mas sim se ela deveria dize-las – quem são vocês?
–Como já falamos para o garoto – disse Karla assumindo a conversa – nós somos aprendizes, de Caçadores Mestiços. Talvez tenhamos exagerado um pouco, em relação a já sermos Caçadores.
–E o que são esses caçadores? – falou um garoto, que até então nada havia falado, que aparentava ter 12 anos, e provavelmente era o mais velho lá.
–Somos uma organização – começou Clarck – que protege a humanidade dos monstros de diversas crenças culturas e religiões. Entende?
–Acho que sim. – foi a resposta do garoto.
–Em fim nós viemos aqui com o objetivo de leva-los a sede CDM, para lá vocês receberem o treinamento adequado. – conclui.
–Nesse caso não vejo problema – falou a garota limpando as lágrimas restantes do seu rosto. – Vamos logo.
–Só tem alguns problemas – lembrou vitória – quem é aquele cara, o que ele queria com vocês e por que vocês?
–Nós não sabemos – respondeu o garoto mais novo com sinceridade – é a primeira vez que o vimos.
–Bem – dei de ombros – eu também não sei, mas vamos ter que leva-los para a CDM. Além de tudo ele pode ser um dos inimigos da CDM, ou pelo menos pertencer a uma dessas organizações que lutam pelo lado do mal.
–Eu nunca ouvi essa história – falou Clarck com as sobrancelhas cerradas – onde ouviu isso?
–Eu só ouvi uma parte – respondi de cara – de uma conversa entre capitão Ulisses e o “chefe” quando estava no treinamento de Elite avançado. Já faz tempo e eu não sei se entendi direito. Tudo que ouvi foi o “chefe” dizer:
“Ulisses” começou o “chefe” (eu menti nessa parte, mas eu não podia dizer que o nome do capitão Ulisses era Michel) “recebemos informações de que um dos ‘Sangue-Sugas’ está estabelecendo uma nova ramificação da gangue”.
“E você quer que eu vá investigar?” respondeu o Capitão.
“Claro que sim, você o melhor na área.” Retrucou o “chefe”.
“Tudo bem, mas você precisa mobilizar mais gente para acabar com nossas organizações inimigas.” Sussurrou o capitão Ulisses muito mais baixo do que antes. E isso foi tudo que eu consegui ouvir.
Todos ficaram se olhando, e analisando mentalmente a situação. Depois de um tempo Vitória disse:
–Não vamos mexer com isso agora... – falou ela hesitante - Mas antes é melhor examinarmos o corpo, para ver se encontramos algo.
–Por mim tudo bem. – disse Clarck – mas temos que fazer isso rápido, logo alguém vai chamar a polícia.
Depois disso todos nós carregamos o corpo para o quarto que Alexandra (esse era o nome da coreana) alugou para ela seu irmão Pietro (o nome do garoto mais velho) do primo deles Gabriel (o nome do garoto mais novo) e para Kurt (o namorado de Alexandra, que foi morto). Lá nós examinamos o corpo e encontramos algumas tatuagens, que representavam monstros de diversas culturas, inclusive demônios.  Só uma tatuagem não representava nem um monstro. Nas costas dele, tinha uma tatuagem enorme, em que estava escrito:
I’m Scare!
–O que acham que significa isso? – perguntou Pietro.
–Até onde eu entendo – falou Clarck – “ele é Scare”.
–E o que significa Scare? – perguntou Alexandra.
–É um nome de guerra. – falei relembrando algumas matérias do tempo do Sr. Michel. – Acho que algumas gangues de mestiços, que não sabem nada sobre o sangue deles, usavam nomes de guerra e esse era um dos nomes listados.
–Scare – disse Pietro – eu já ouvi alguém com esse nome...
Pietro começou a bater os dedos na testa tentando lembrar, e finalmente disse:
–É claro – falou rindo – aquele garoto na parada de Seara... ele se chamava John Scare... mas então – falou ele sério – ele era tipo “do mal”?
–Talvez não. – falei tentando associar os fatos – Ele talvez tenha pertencido aos “Scare” e agora tenha uma vida de bem.
–Como exatamente esse tal John entra na história?
–Há alguns meses – falou Alexandra – nós fizemos uma parada na nossa viagem em Seara. Mas acho que passamos tanto tempo que chamamos a atenção de alguns monstros. Esse garoto, John Scare, trabalha lá, e nos ajudou a proteger os “mortais”, como ele chamou. Nós nos demos bem, até oferecemos a ele a proposta de ele viajar conosco, mas ele disse que precisava cuidar dos mestiços que por ali passavam, para que os “outros” não os pegassem. Nós não entendemos direito, mas partimos e viemos parar aqui no fim das contas.
Eu e meus amigos nos entreolhamos, e Pietro e Gabriel logo perceberam e tentaram juntar as informações.
–Bem – disse eu percebendo a curiosidade dos garotos – obviamente esse garoto, John Scare, pertencia a algum grupo inimigo da CDM, e por alguma razão saiu, e não quer que eles ganhem força, portanto ele fica no Seara para instruir outros Mestiços para não se juntar ao lado errado.
–Isso de fato faz sentido – falou Gabriel – mas por que nós não vamos para um lugar mais seguro? Eu estou sentindo algo estranho.
No mesmo instante eu coloquei minha mão sobre a pedra negra, e senti-a mais gelada do que nunca. No mesmo instante eu olhei pela janela e vi uma grande quantidade de monstros rodeando o Hotel. Eu estremeci, olhei para trás e disse:

–Precisamos lutar.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Capítulo XI – Segundo Ano Na Elite

Depois dessa luta, o “chefe” pediu para que eu continuasse no treinamento de Elite, mas apenas na parte de estudo, pois, segundo ele, eu já estava bem treinado corporalmente.
Eu fui redirecionado para a turma de Elite estudantil. Lá eram ao todo 13 alunos contando comigo. O nosso professor era um Caçador aposentado. Ele se especializou em história, o que no caso dos mestiços, inclui as “lendas”.
O nome do nosso professor era Jacob, e ele deveria ter cerca de 60 anos. Era um sujeito magro e enrugado, mas ele tinha uma postura ereta e era bastante forte. Ele tinha cabelos grisalhos e tinha pelo menos 1,70m de altura, tinha uma pele morena só que clara, e era cheio de sardas, seus olhos eram verdes, mas dificilmente se notava isso, pois ele tinha os olhos bem puxados, apesar de ele ter dito não ser asiático. Até onde sabíamos ele tinha vindo do peru.
Na nossa primeira aula ele nos levou ao Central Park em Nova York. Ele havia usado os portais controlados; eles podiam nos levar a qualquer lugar no mundo desde que tivesse uma sede dos caçadores. Como elas são secundarias, isto é, não eram as principais de cada país, a identidade delas não podia ser revelada. Nós saímos na sede secundária dos estados unidos que fica em Nova York – que como eu já disse eu não posso dizer o endereço nem o nome do prédio – e fomos de ônibus até o Central Park.
Antes de irmos ele nos deu “fantasias” de diversos povos. Eu e mais duas garotas – uma se chamava Jasmim e a outra Ellen – ficamos com as fantasias egípcias. Três caras – esses se chamavam Luiz, David e Cameron – e duas garotas – essas se chamavam Beatriz e Karla – ficaram com fantasias Greco–romanas. Dois gêmeos – Clark e Greg – estavam vestidos de nórdicos e uma garota – Madison – de nórdica e outras duas garotas – Vitória e Luana – se vestiram de indígenas. Quando chegamos ao Central Park, o professor pediu que nos sentássemos para ouvir a aula.
Ele começou falando da mitologia egípcia desde a criação até o fim do mundo quando Apófis há de engolir o sol. Depois começou a falar da mitologia Greco–Romana desde a criação até os últimos dias de Roma. E falou também da mitologia nórdica, desde a criação dos nove reinos até o Ragnarok. Falou ainda de partes da crença indígena e de lendas do folclore brasileiro. Por fim ele falou sobre lendas urbanas.
Nós ficamos lá até o entardecer. Depois disso ele pediu que fizéssemos uma luta amistosa, para arrecadar dinheiro para pagarmos a viagem de volta até a Embaixada Mestiça – assim eram chamadas as sedes secundarias.
O professor me deu uma arma chamada kopesh (uma espada que tem a lâmina curva) e pediu para eu escolher um dos outros caras pra lutar. Ele me deu preferência, pois eu era o único que tivera Treinamento de Elite com um “Caçador dos Três” da CDM brasileira – os caçadores dos três eram os três caçadores de gral mais elevado (entre eles estavam o “chefe”; o caçador de prata; e o caçador de bronze que era o Capitão Ulisses).
Para lutar comigo eu escolhi o gêmeo “nórdico” mais velho. Ele estava com um machado pelo menos da altura do professor. Ele começou a fazer movimentos ameaçadores com o machado para chamar a atenção dos cidadãos que calmamente se aproximavam para ver a “apresentação”.
Eu tratei logo de fazer um movimento que o Capitão Ulisses me ensinou quando ele começou o treinamento das montanhas. Era um golpe que teria maior utilidade se eu estivesse numa montanha, mas claro que serviria ali para chamar a atenção.
Eu saquei minha espada e dei um pulo de um metro em quanto corria na direção do meu “oponente”. Em quanto eu estava no ar eu dei uma volta em parafuso e um meio mortal para frente. Assim que eu ia aterrissar eu chutei Clark (esse era o nome do gêmeo mais velho) no peito com tamanha força que ele voou um metro e meio para trás. Eu cai de bunda no chão e quando me levantei as pessoa começaram a aplaudir o golpe.
Clark pegou seu machado e cortou o ar acima da minha cabeça, e me atacou com a parte de baixo do machado. Como eu estava sem camisa, doeu muito, mas quando eu me levantei eu vi que o golpe não foi muito forte e o que mais doeu foi a queda.
Depois disso nós começamos a fazer um verdadeiro show. Nós demos muitos saltos durante a luta e foi realmente um espetáculo. Toda vez que eu tentava cortar seus pés ele dava um mortal pra trás e acertava o machado no local onde eu estava quando dei o ataque, mas claro eu dava um belo giro para desviar.
No final da luta quando nós já estávamos cansados, nós dois caímos no chão, e começamos a rir. A multidão que tinha se juntado para ver o show, aplaudiu e jogou várias moedas e notas em dinheiro.
Depois que paramos para descansar, outros dois começaram a lutar, foi assim sucessivamente. Quando todos nós terminamos, juntamos o dinheiro e pagamos quatro táxis, para nos levar de volta a Embaixada Mestiça. Quando chegamos ao prédio, e entramos no saguão, um dos guardas mestiços infiltrados nos levou até um elevador e encostou a ponta da arma de choque na porta. Alguns instantes depois a porta do elevador se abriu e dentro do elevador estava um portal. Todos nós entramos e fomos parar diretamente na CDM do Brasil.
...
Nos outros dias tivemos aulas sobre a história da CDM desde sua fundação até os dias atuais.
Eu vou dizer a história e depois voltarei a narrar minhas aventuras.
“Desde os primórdios da Terra existiram vários povos de várias culturas. Entre elas se destacavam os Gregos, Romanos, Egípcios e os povos Bárbaros, também chamados de Nórdicos. Ouve um longo período de guerra entre esses povos, mas a história da CDM começa com um soldado Grego. Durante uma guerra contra os egípcios por uma área de terra, um soldado Grego tomou para si uma escrava egípcia. Essa escrava descendia da casa do faraó, e, portanto tinha sangue real. Ele teve relações com ela e consequentemente a mulher ficou grávida. A criança nasceu e o soldado a levou para Grécia, junto de sua nova esposa. Essa criança viveu no meio do povo grego, mas cultuava os deuses egípcios que sua mãe lhe ensinara quando estava nos primeiros anos de idade. A família dele era formada apenas por ele pelo Pai e pela Mãe. Todos eles moraram na Grécia. Ninguém sabe ao certo quem venceu. Em fim, a criança se tornou um guerreiro nato, e logo foi chamado para lutar na frente de batalha. Ele não sabia, entretanto que perderia a batalha, e seria feito de escravo.
Após anos, ele conseguiu a liberdade, mas saiu de lá com uma esposa e um filho. A esposa era descendente dos Bárbaros, e tinha uma crença diferente da do marido. O filho Também cresceu no meio grego e cultuava os deuses gregos, porém cultuava também os deuses nórdicos como também os deuses egípcios. Ele não virou soldado, mas sim um grande comerciante que vendia suas mercadorias para as bandas do oriente. Em uma de suas viagens à Pérsia ele se apaixonou pela filha de um homem bastante influente em todo o país. O pai da moça permitiu a união, mas ele pediu uma condição, que era que o comerciante estabelecesse morada na cidade, ou nas cidades vizinhas. Ele, como estava apaixonado, aceitou.
Depois de algum tempo juntos, a mulher engravidou e deu a luz a gêmeos. Como era raro daquilo acontecer, o filho mais velho foi morar com o avô paterno e recebeu ensinamentos religiosos dos persas, e o mais novo foi morar com os pais, e recebeu ensinamentos religiosos tanto gregos como egípcios e ainda nórdicos, do pai; e ensinamentos religiosos persas da mãe. Ambos os irmãos cresceram em casas separadas, mas eram bons amigos e gostavam da companhia um do outro.
Certa vez durante a caça a um leão eles avistaram algumas moças tomando banho num rio, e cada um, tomou para si, a força, uma delas para se tornar suas respectivas esposas. O irmão mais velho teve relações com sua esposa que teve uma moça; e o mais novo também teve relações com sua esposa que teve um rapaz. O filho do mais novo se tornou um guerreiro e se juntou ao exército persa.
Ele marchou numa expedição até o ocidente e travou uma batalha sangrenta ao lado de seu exército, com os nórdicos. Como ele recebera ensinamentos religiosos de seu pai, sobre a religião dos nórdicos, pediu ao comandante que o deixasse falar com o general do exercito inimigo. Com a permissão do comandante, ele e mais dois soldados foram ao acampamento inimigo para negociar. O líder da expedição, que era o mestiço, pediu permissão para se juntar aos soldados no culto a Odin e a Thor. Os soldados permitiram e logo após o termino do ritual ele já se tornara amigo da maioria dos soldados. Depois disso ele foi falar com o general do exército nórdico, que ficou impressionado com a sabedoria do rapaz a respeito das crenças Bárbaras. Eles começaram a negociar terras, e depois de um longo diálogo eles chegaram ao acordo de um pagamento de 100 dracmas gregas e um escravo persa e em troca, o General Bárbaro daria uma porcentagem das terras, e daria a filha mais nova para o soldado que fez a negociação. O comandante persa aceitou logo de cara e criou algumas vilas naquela região.
Em quanto isso a filha do general bárbaro fugiu com o marido persa para a Itália. Lá eles estabeleceram família e foi assim por gerações. Até a ascensão do Império Romano, a família deles ainda vivia lá, entretanto um descendente direto do tal soldado persa se juntou aos centuriões Romanos. Ele fez uma viagem até os territórios da atual china e levou sua esposa consigo. Lá eles se estabeleceram até os dias da colonização dos estados unidos, na qual a família dele foi procurar morada. Dos Estados Unidos os descendentes vieram para o Brasil, e foram parar numa aldeia indígena na qual ficaram como prisioneiros e após conseguir liberdade, casaram-se com indígenas daquela tribo. Um deles se casou com a filha do Cacique e foi o fundador da CDM Brasileira que já existia em outros países, e estava no domínio de parentes distantes”.
–A questão é – disse meu professor depois de dar essa explicação – que nem um estava errado...
–Como assim? – perguntou Jasmim.
–Todas as crenças estão certas, por isso nós estamos aqui... nós precisamos salvar a humanidade dessas e de muitas outras crenças.
–Professor. – disse David – Se todas as crenças estão certas, porque uma diz que a outra está errada?
–Boa pergunta David, – falou o professor rindo – a verdade é que, as crenças são reais, mas a verdade é apenas uma...
–O que o senhor quis dizer com isso? – perguntou Greg confuso.
–Que todas elas são reais de fato – respondeu o professor hesitante, como se estivesse escolhendo as palavras certas – mas você só pode escolher acreditar em uma. Pode ser a verdadeira, ou a falsa...
–E qual seria a verdadeira? – perguntou Cameron com interesse.
–Na minha concepção... – respondeu o professor – é o Cristianismo.
–E por que o senhor acha isso? – perguntou Beatriz um pouco até indignada.
–Bem, como eu disse é minha concepção – respondeu o professor calmamente. – cada uma tem a sua própria. Eles tiveram provas mais concretas do que qualquer povo. Portanto eu a considero a religião mais certa.

Depois disso todos ficaram quietos, e eu, mais calmo, pois desde que havia chegado eu estava temeroso sobre ser cristão mesmo existindo tantos outros “deuses”.

Capitulo X - Segunda Rodada Com o “Chefe”

Quando chegou o dia do duelo eu já havia selecionado uma porção de armas para meu segundo ano de treinamento de Elite. Eles me deram uma mochila de caçador. Elas tinham uma extensão com o Duat e você podia guardar suas coisas lá dentro.
Eu havia devolvido minha espada persa ao James, mas ele não aceitou e a derreteu. Com o aço que ele obteve e com um pouco de outros materiais ele criou uma espada de aço sem ponta ou lateral cortante que segundo ele seria de grande utilidade.
Depois de treinar com minhas novas armas – principalmente com a que James fizera para mim – eu já estava habituado com elas. Eu ainda não entendia a utilidade da arma que James fizera para mim, mas aos poucos eu já a manejava bem. Apesar de não poder cortar nada ele causa um bom estrago. Eu consegui derrubar um muro apenas com o punho da espada.
O capitão Ulisses acompanhou meu treinamento árduo até o dia do combate. E entes de eu ir para a Arena ele foi falar comigo.
–Olá Joseph – falou o treinador – Eu gostaria de te desejar boa sorte no combate.
–Oi – falei despreocupado – obrigado Capitão.
–Eu tenho um presente para você – falou ele remexendo a mochila.
–O que é? – falei curioso.
–Isso – disse ele tirando da mochila uma pequena corda dourada.
–E o que é isso? – falei hesitante.
–É um cordão de bronze – falou ele com um olhar intenso como se estivesse perdido em pensamentos. – isso meu caro aprendiz, é um cordão de bronze grego. Os antigos usavam para fazer espadas que serviam contra monstros. Hoje em dia poucas pessoas tem acesso a esse material, portanto isso é um presente que poucos recebem. Eu te dou de presente por ter concluído um ano de treinamento de Elite.
Ele estendeu a mão com a corda e eu a peguei, só então eu me dei conta da dimensão daquilo. Era uma pequena corda que pesava entre 3 a 5 quilos. Eu percebi que aquela corda eras pra ser usada no pescoço pois tinha as dimensões perfeitas para isso. Logo eu tirei a pedra que os bonecos de escuridão me deram, e coloquei a ponta da corda em um dos lados mais chatos da pedra; então num passe de mágica o cordão facilmente furou a pedra e eu coloquei o cordão no me pescoço e dei um nó.
Eu fiquei parecendo um egípcio, com aquela “joia”. Eu notei que o Capitão Ulisses sorria. Então eu disse:
–Obrigado Capitão – e fiz uma continência.
–De nada Joseph. – falou ainda sorrindo e estudando minha nova arma (pelo menos é o que ele disse depois do duelo) – Sempre guarde isso com você. Isso esbanjará grande honra num futuro próximo.
–Tudo bem – falei um pouco confuso – até mais ver Capitão.
...
Quando cheguei à arena, o “chefe” já estava me esperando com uma espada na mão e uma adaga que ele rapidamente escondeu na manga quando me avistou. Eu logo peguei uma lança e uma espada Romanas e peguei também um escudo Grego que estava na parede da arena junto com as outras coisas, sorrateiramente eu peguei uma flecha pequena e escondi na manga da minha camiseta. Eu estava usando uma calça Jeans azul com uma camiseta branca gola careca de mangas compridas e calçava um tênis de escalada. Por cima da minha roupa eu coloquei uma couraça e um elmo.
Eu já estava me aproximando do “chefe” que estava girando uma espada grega de um lado para o outro, quando ele disse:
–Olá Devon – ele riu sarcasticamente – pronto para a luta?
–Sim senhor – falei empunhando minha lança – espero que o senhor perceba a diferença desta luta com a do ano passado.
–Oh, decerto perceberei – ele se colocou em posição de batalha e se preparou para atacar. – Pronto? No três... um... dois... TRÊS!
Ele deu um pulo impressionantemente alto, e em segundos estava batendo a espada ao meu escudo. Eu nem percebera que havia levantado o escudo para me proteger. O impacto foi tão forte que eu quase cai, por sorte eu aprendera a driblar um oponente naquelas circunstâncias. Eu enfiei minha lança na barriga do “chefe” que ao perceber meu movimento tirou a espada do meu escudo e a usou para desviar a lança, então eu rapidamente golpeei a cabeça do chefe com escudo e andei dois passos para a esquerda em quanto sacava minha espada. Rapidamente eu estava com a espada na mão. Como eu havia soltado a lança para segurar a espada eu firmei a espada no pé do chefe e peguei a lança de volta. Infelizmente ele era muito rápido. Assim que eu soltei a lança ele já havia chutando–a para longe de modo que eu momentaneamente tivesse que “baixar a guarda” se quisesse tê-la de volta. No momento que eu coloquei a espada no seu pé eu rapidamente me virei e peguei a ponta da lança e a joguei contra o “chefe”. Mas, mais rápido do que eu poderia imaginar ele havia se libertado da minha espada, e ainda arremessou a dele contra mim. A espada atingiu meu elmo de modo que ele voou da minha cabeça e me fez cair; na queda eu bati a cabeça e fiquei bastante tonto. Eu nem mesmo conseguia me levantar, e vi apenas o vulto do chefe com a minha lança nas mãos (eu sei disso, pois era muito maior que uma espada mesmo eu vendo tudo embaçado) se preparando para me atacar. Eu não tive muito tempo, então eu fiz algo surpreendente até pra mim. Eu tirei meu escudo e coloquei a flecha nele de modo que apenas a ponta saísse. Como as amarras eram muito grandes ela ficou meio frouxa então quando o “chefe” chegou a dois passos de mim eu lancei o escudo pro ar – o que fez ele se distrair – e a empurrei com os pés. Assim que ele se deu conta do que estava acontecendo, estendeu a lança a sua frente na horizontal, exatamente no ângulo de movimentação do meu escudo, e assim que a lança absorveu o impacto causado pelo escudo a flecha se soltou e continuou voando na direção da cabeça do “chefe”. Ele soltou a lança e caiu no chão quando a flecha atingiu sua testa. Como as flechas usadas nos treinos têm pontas arredondadas ele não se feriu, apenas ficou com uma marca roxa na testa.
Eu me levantei depois de certo tempo. Logo que minha vista voltou ao normal eu me deparei com o chefe sentado no chão esfregando a testa e resmungando algo bem baixinho.
Quando ele viu que eu me levantara, ele também se levantou e disse:
–Parabéns garoto – ele estendeu a mão para um aperto de mão – você conseguiu empatar comigo.
–Mas eu venci – falei apertando a mão do “chefe” e com a testa franzida – Eu o acertei com a flecha então eu ganhei.
–Na verdade foi empate – ele falou sorrindo – Você já olhou pro seu pescoço?
Quando eu olhei vi que ele tinha me acertado com uma faca no pescoço o que explica o fato de eu me desequilibrar tão facilmente quando fui acertado pela espada. Como ele tinha jogado a espada eu nem notara a pequena adaga que ele lançou em seguida. Ambas me acertaram em cheio o que fez com que eu caísse mais facilmente. Ao ver isso eu disse:
–Tecnicamente – falei hesitante, pois eu estava escolhendo as palavras corretas – Eu fui atacado pela faca minutos antes de lançar a flecha. Então me restava mais meio minuto de vida mais ou menos o que me daria tempo de te matar com a flecha assim como eu fiz, portanto você morreria primeiro.
–Bem, se for tecnicamente – falou ele rapidamente – você teria morrido antes do fim do meio minuto se tivesse feito tanto esforço para me matar com a flecha, então você morreria dois segundos antes de mim.

–Então... –falei sorrindo – Acho que foi empate.

Capitulo IX – Meu Retorno Até a CDM

Assim que o portal se abriu eu soltei a lança e disse:
–Vamos logo
–Não, eu tenho que ficar segurando. – falou com uma voz quase rouca, como se estivesse fazendo esforço – Vá você, e qualquer coisa diga meu nome de Elite para o seu “chefe”.
–Tudo bem – gritei de volta e pulei.
...
Assim que eu cheguei ao outro lado da porta Douglas já estava olhando para mim e esperando que eu me explicasse. Logo então eu disse:
–Olá Douglas – falei limpando um pouco minhas roupas e checando minhas armas – presumo que esteja se perguntando como eu entrei aqui, sendo que não há nem um mestiço lá fora de guarda, e que eu deveria estar na minha casa aproveitando minha família.
–Você leu minha mente – falou Douglas sério – vamos se explique.
Depois de uma meia hora mais ou menos explicando a história e sendo interrompido pelas perguntas de Douglas, ele me encaminhou até a sala do “chefe” que me recebeu com um sorriso e pediu que eu me sentasse. Assim que Douglas saiu ele disse:
–E então Devon, acho que tenho em minhas mãos perguntas a serem feitas – falou o chefe um pouco sério mesmo assim estava brincando com o anel de ouro dele.
–Bem senhor como já sabe eu fui para minha cidade e... –então fui interrompido pelo “chefe”.
–Eu sei essa parte – falou ele mexendo a mão como se expulsasse um inseto – eu quero saber como você saiu do Duat.
–Então foi você?
–Na verdade não fui só eu, mas vamos conte–me como saiu; que eu conto do que se trata essa sua pequena “experiência”.
–Tudo bem – dei de ombros, e logo comecei, depois de 15 minutos sem interrupções eu já havia acabado a história em quanto o chefe ria alto.
–Parabéns Devon, –falou o “chefe” depois de uma crise de risos – você foi excelente. Eu não pensaria em um jeito mais eficaz.
–Obrigado senhor.
–Ora, acho que você precisa agora falar com O Capitão Ulisses, entrar em contato com sua mãe e solicitar a presença de Shu aqui. –falou o “chefe” em quanto se levantava abria aporta e ria.
–Senhor? – falei.
–Sim? –foi a resposta do “chefe”
–O senhor não vai me dizer do que se trata?
–Oh, sim – falou o “chefe” sorrindo e sentando–se novamente. – tudo isso não passa de um treinamento de Elite. Todo ano, se o calouro se mostrar apto para receber treinamento de Elite, ele também tem esse “teste surpresa” por assim dizer. É um grande vazio no Duat em que apenas os melhores conseguem sair. E no seu caso você é o melhor, pelo menos o melhor calouro.
–Obrigado por me explicar senhor – eu me levantei – com sua licença.
–Toda – respondeu o “chefe”.
Então eu me retirei da sala do “chefe”; fui até a sala de treinamento de Elite, conversei com o Sr. Ulisses que logo que me viu disse:
–Devon, vejo que conseguiu passar no teste.
–Sim senhor...
–Vamos me conte como você saiu de lá.
Após contar a história pedir permissão para entrar em contato com minha família, fui até a sala de recepção na qual Douglas ficava o dia todo. Ele estendeu a mão que estava com um telefone celular e me entregou dizendo:
–Só 5 minutos
–Sim senhor – peguei o celular disquei o número e informei minha mãe sobre o que aconteceu.
Eu não vou descrever a conversa toda, mas foi parecida com a que tive com os outros, tirando o fato de que ela mandou muitos beijos, estava chorando e preocupada, e falava com uma voz trêmula. Eu basicamente disse a história resumida e tive que desligar para não exceder os 5 minutos.
Depois disso eu solicitei a presença de Shu à Douglas e ele assentiu.
Em dois minutos eu estava explicando tudo a Shu em uma sala a prova de deuses – era tipo uma sala em que os presos se reúnem brevemente com as famílias – e ele ficava acrescentando “puxa vida, você vai dar um ótimo mago” ou “caramba, eu bem que falei que você deveria escolher o lado egípcio” ou ainda “se você ainda não percebeu que você é um mago nato você tem algum problema”.
...

Depois de dois dias treinando para o meu duelo anual com o “chefe” eu já me sentia em forma, e de vez em quando, com saudades de treinar com os bonecos de escuridão do Duat, logo eu colocava a mão no bolso, pensava em chama-los, mas depois dizia mim mesmo “agora não”.

Capitulo VIII – Sou Salvo Pela Escuridão

Assim que eu os vi saindo, lembrei–me que tinha parado de resistir contra eles; e que minha dor se fora, depois de o dragão morrer. Logo eles começaram a tirar armas do nada, mas não eram armas normais, eram armas negras que tinham aparência estável mas que são letais
Bem meus bonecos não atacaram a mim, mas sim a carcaça do dragão que meticulosamente estava flutuando devido uma aura negra está dentro dela. Eles estavam me salvando. Logo eles estavam nos escoltando até o portal, e um deles me deu uma pedra negra e assim que eu a toquei senti minha conexão com eles e o Duat. Demorei um pouco para entender mas logo descobri que tinha novos melhores amigos, que me ajudariam quando eu precisasse.
Em um segundo estávamos no Japão lutando contra um dragão enorme que estava destruindo a garagem de uma casa; e no outro em frente ao palácio do Planalto. Assim que vi que estava lá, disse a primeira coisa que me veio em mente:
–Não podemos deixar aqueles bonecos morrerem. – falei preocupado.
–Eles não vão morrer, são excelentes lutadores, e graças a você. – Falou o Caçador – Além do mais você pode invoca-los quando quiser com a pedra que eles te deram.
–O quê? – falei surpreso e logo coloquei a mão no bolso que estava a pedra – Como assim invoca-los.
–Assim que aprender vai poder chama-los para ajuda-lo quando você quiser, já que você “deu vida” a eles e também os ensinou a lutar.
–Então eles vão ficar bem? – perguntei esperançoso.
–Claro. –foi a resposta do Caçador – Mas o nosso problema agora é entrar na CDM brasileira.
–É só falar com os guardas. –dei de ombros.
–Belo plano, mas aqueles guardas são mortais – falou o caçador com os olhos fechados como se estivesse pensando, e assim que abriu de novo falou – Eu não sinto sangue de nem uma cultura que não seja as que eles deveriam ter.
–Mas na primeira vez que eu vim aqui, meus amigos falaram com os guardas de plantão e eles os deixaram entrar.
–Como assim? Que amigos? E quando foi isso? – perguntou o Caçador.
Então eu comecei a contar a minha história desde o princípio. Antes de eu terminar a história o Caçador já tinha tirado um pedaço de bambu da mochila e colocado os dardos. Então ele ouviu a última parte e disse:
–Muito bem – falou o Caçador com cautela – provavelmente vocês devem ter vindo exatamente no dia e hora em que os guardas que são mestiços ficarem fazendo o turno. Hoje eles não estão aqui mas as lanças são as mesmas, isso quer dizer que dois mestiços podem entrar lá. Tudo que precisamos é imobilizar os guardas sem feri-los e depois abrir o portal que leve ao centro da CDM. Depois disso você diz sua história para eles, e tudo resolvido; eu volto pro Japão e continuo meus treinamentos, e você continua com sua vidinha de aprendiz até se formar e virar um bom caçador. Pronto?
–Sim... quer dizer não... – falei confuso – eu tenho duas perguntas...
–E quais são?
–Primeiro: qual seu nome de elite?
–Ramsés. – respondeu o Capitão Ramsés – e qual é a segunda?
–Segunda –falei com temor – em que ano estamos?
–Dois mil e oito – falou ele com um longo espaçamento de tempo entra as palavras pra garantir que eu entendesse – Por quê?
–Por que eu só passei um dia no Duat. – falei aliviado.
–Tudo bem, mas você está pronto? – falou Sr. Ramsés já impaciente.
–Sim senhor.
–Então vamos – falou e levantou o bambu lançou um dardo no soldado da direita – Você cuida do outro.

Então eu rapidamente corri até o outro peguei minha espada e o imobilizei quando girei o pescoço dele e o derrubei. Logo estava debruçado sobre a lança e estudando como se fazia para abrir o portal; mas nem precisei, logo senti a lança esquentando ao meu toque e percebi que só bastava encostar as pontas. Me levantei e empunhei a lança, Sr. Ramsés fazia o mesmo e assim que encostamos as pontas das lanças o portal se abriu.

Capitulo VII - Minha aventura no Japão

Eu havia acabado de Sair do Duat (o que foi um grande alívio) e fui parar no Japão; até onde eu sei, não tenho sangue japonês nas minhas veias, então eu custei a identificar onde estava.
Quando eu sai da fenda comecei a pensar que fiz um grande barulho pois um pacato senhor saíra de sua casa e olhava para os lados como se procurasse por algo quebrado, mas tudo que tinha lá era eu. Como eu havia manipulado aqueles bonecos de escuridão eu ainda sentia sua força vital o que me fez drenar muita energia para não desmaiar. Como eu não parecia um turista o homem começou a me encarar. Eu tentei um diálogo, mas ele não falava minha língua, então a nossa conversa foi mais ou menos assim:
–Kon'nichiwa otokonoko – falou ele um com um sorriso preocupado – Ogenkidesuka?
–Oi – falei tentando não mostrar minha dor – você fala minha língua?
–Anata ga gaikoku hitodearu. Sode wa arimasen ka?
–Me desculpe não falo Japonês.
Então eu me virei corri para o lado esquerdo a casa do homem com que tive a breve conversa e segui correndo.
...
O meu trajeto não foi muito complicado, eu dobrei a primeira esquerda, segui uma rua bem estreita e comprida com casas que pareceriam americanas se não estivessem ao lado de placas de trânsito escritas em japonês, e segui até chegar a uma curva para a esquerda, examino a passagem e vejo que provavelmente não vai dar a lugar algum, então sigo meu caminho até chegar ao fim da rua e me ver com duas opções: esquerda ou direita. Então eu pulei a barra de ferro corri até o outro lado, pulei a outra barra e me deparei com algo sinistro: um Dragão Japonês
...
Eu havia me esquecido, do meu cheiro e estava simplesmente tentando fugir de qualquer lugar que fosse próximo a onde eu tenha ficado preso, acontece que o dragão estava me atraindo até ele. Enfim, obviamente eu saquei minha espada e começamos uma luta. Ele com suas garras me feriu no ombro esquerdo, eu feri o pescoço do bicho no lado esquerdo, porém minha espada ficou presa nas escamas do dragão e ele ia me morder, mas no ultimo instante uma flecha cravou no maxilar do lado direito do animal e com exceção da escama ele se desfez em pó.
Em outra parte do estacionamento estava de pé um grande cara que carregava uma mochila nas costas, vestia calças jeans usava tênis pretos e uma camiseta branca gola V com mangas, e por cima ainda usava um sobretudo, mesmo de longe eu reparei em seu anel, e vi a cor prateada dele refletida no sol da tarde. Logo eu percebi que se tratava de um caçador de Elite, provavelmente o único que estivesse alguma patente a cima do Capitão Ulisses, além do "chefe". Ele veio andando até mim em quanto eu pegava a minha espada da pele do dragão e a guardava na minha mochila. Quando ele estava a mais ou menos 15 passos de distância falou:
– Anata wa, kankodesu ka?
–Desculpe senhor, não falo sua língua...
–Eu perguntei se você é um turista.
–Não senhor
–É um... –falou ele olhando para os lados certificando–se de que não havia ninguém nos espionando – jovem caçador?
–Ainda estou em treinamento.
–Entendo. Você até que foi bem – falou o caçador olhando a carcaça do dragão – eu estava caçando esse monstro há dias, você fez uma excelente distração.
–Obrigado... eu acho. – falei confuso
–Você é da CDM brasileira, não é? –falou o caçador com os olhos semicerrados.
–Sim. – dei de ombros – pelo menos pretendo ser um caçador de lá...
–Vamos eu te dou uma carona.
–O quê? – falei confuso
–Você sabe onde está? –perguntou o Caçador.
–No Japão, presumo. – respondi
–Você está em Matsuyama–shi, Ehime–ken, Japão.
–Isso é importante?
–Pôr em quanto não – respondeu ele olhando para a direita, como se olhasse na direção de onde eu tinha vindo. – Como exatamente você chegou aqui?
–É mesmo. –falei batendo na minha cabeça – Eu estava na minha festa de aniversário no Brasil, então quando eu ia subir as escadas para ver a minha avó apareceu um portal daqueles que os caçadores usam e eu não parei de subir, e fui parar no Duat. Daí eu comecei a andar até achar uma saída e criei bonecos de escuridão, depois dei vida a eles dando um pouco da minha energia e os controlei para que abrissem a fenda do Duat para o mundo mortal, mas os deixei pra trás e ainda sinto a força deles tentando se impuser a minha.
–Bem – falou o caçador depois de me estudar – você resolve isso na CDM Brasileira. Eu te levo lá vamos.
Então ele se virou abriu um daqueles portais sinistros e disse:
–Você vem ou não?
–Vou, mas... –falei olhando pra cima – você sabe que dia é hoje?
– No brasil deve ser o começo do dia 15.
–15 de que mês? – falei um pouco preocupado.
–Janeiro...
–De que ano?
Ele olhou um pouco estagnado para mim e começou a dizer:
–Dois mil e...

E exatamente nesse momento, saíram do portal do Caçador minhas pequenas criações: Os bonecos de Escuridão.

Capitulo VI – Minha Estadia No Duat

Eu não sabia quanto tempo já havia passado, nem quanto tempo eu dormia. Por alguma razão eu não sentia nem sede nem fome. Eu estava com muito tédio. Eu havia sacado a espada no primeiro dia, – se é que se passou mais de um dia –era muito difícil de saber – ou se quer se o tempo passou – e tentei atacar as paredes; mas elas não existiam. Eu as vezes estava caindo por falta de chão e as vezes parando bruscamente simplesmente por pensar na existência de um.
Mesmo assim eu tentei ter uma estadia agradável, já que era pra eu ficar preso que ao menos eu estivesse confortável. Eu usei uma capa na minha mochila como lençol. Tentei contar o tempo, mas era simplesmente impossível. Durante todo momento que eu estive lá eu não conseguia se quer contar os segundos.
Depois de algum tempo (pode ter sido 2 semanas ou 2 dias) eu já estava enlouquecendo. Eu tentava a todo o momento golpear um parede inexistente.
Se você nunca esteve preso no Duat (o que eu do fundo do coração, não desejo ao meu pior inimigo) você talvez esteja sem muita noção de como é lá. Simplificadamente, você consegue controlar a gravidade as paredes e o chão. O simples fato de você imaginar limites funciona no Duat; se você –assim como eu – imaginasse que estava numa sala do tamanho do seu quarto, você estaria, e não conseguiria quebrar as paredes tão fácil como imagina.
De primeiro eu imaginei uma escuridão infinita e corri até o fim (que naquele momento não existia) sem sucesso; depois eu comecei a imaginar onde eu estava pisando e olhei para baixo; assim que eu olhei eu pensei não existir chão, então o chão no qual eu corria, desapareceu, e eu cai durante um bom tempo. Eu acho que inclusive cheguei a dormir, mas um sono sem sonhos, e naquele caso não faria diferença, já que tudo em volta era a escuridão sem fim. Depois de bastante tempo caindo (eu não posso dizer se realmente foi bastante tempo ou nem um) eu comecei a imaginar um chão a dezoito metros abaixo de mim, e então cheguei ao chão são (nem tão são assim) e salvo. Comecei a sentir uma leve claustrofobia (que eu aprendera a controlar na CDM) e comecei a imaginar que estava numa sala pequena e estava vendo as paredes se fechando. Então eu percebi que tudo não passava de minha mente se voltando contra mim. Então me imaginei numa sala enorme e as paredes ficaram nos limites da minha sala imaginaria.
...
Eu comecei a relembrar minhas lições que eu tive na CDM sobre como abrir fendas no Duat. O capitão Ulisses me ensinou a abrir fendas no Duat em casos de emergência, para isso era necessário saber trabalhar sobre pressão e conseguir se concentrar com barulhos extremamente altos.
Ele também me ensinou a "dar forma" ao Duat. O Duat por si próprio é um mundo abaixo do nosso; um mago egípcio pode abrir fendas entre o nosso mundo, e o mundo do Duat; em cada caso você pode dar uma forma a sua fenda e abrir a sua fenda quando quiser (se você tiver pratica e souber executar os critérios que eu já falei). No treinamento de elite o capitão Ulisses ensinou–me a ter acesso a armas mesmo quando estiver longe da minha mochila. Cada caçador além de guardar suas armas no interior da mochila (que nada mais é do que uma mochila comum com uma conexão fixa com o Duat), guarda uma espécie de kit de emergência, com armas suprimentos e medicamentos, em um fenda do Duat.
No ano passado eu havia feito um estoque com algumas armas. Eu consegui me concentrar facilmente, em parte por ter treinado bastante essa técnica na CDM, em parte também por causa do silêncio absoluto; mas não aconteceu absolutamente nada.
Só então eu me dei conta que estava no Duat – ou pelo menos em parte dele – então eu precisaria fazer o oposto para abrir uma fenda para o mundo mortal.
Depois de bastante esforço finalmente eu tive uma resposta. Algumas faíscas começaram a sair da parede imaginária e uma pequena fenda se abriu, como eu não podia passar por ele rapidamente peguei um zíper da minha mochila o arranquei e joguei.
...
Depois de tudo isso eu fiquei com tédio mortal e comecei a lutar sozinho treinando gradativamente com as paredes imaginárias. Logo eu consegui moldar as paredes e deixa-las como estatuas, e elas me atacavam e eu me defendia, eu fazia isso pelo simples ato de treinar que eu adquiri na CDM. Em pouco tempo (ou talvez bastante) eu estava começando a desenvolver meus músculos. Eu ainda esperava que algum caçador logo viesse me resgatar.
Ora, quando eu lancei meu zíper pela fenda eu havia colocado nele todo o meu "cheiro", todos os monstros sentem cheiro de mestiços portanto na maioria das vezes eles vem direto pra gente. Quando eu passei o meu cheiro para o zíper, eu gastei o pouco da energia que me restava, já que eu tinha gastado bastante para poder abrir a fenda, e como eu não parava de treinar, minha energias não se renovavam, por isso não abri outro portal.
O meu plano em si era que uma quantidade enorme de monstro viessem correndo atrás do meu zíper (que tinha cheiro de mestiço) e logo umas três equipes de caçadores fossem enviadas para lá. Depois que eles matassem os monstros, veriam o zíper da minha mochila no chão, e sentiriam a presença de um mestiço. Logo eles veriam que o zíper passou pelo Duat e iriam até o local especifico onde eu estava para me salvar.
Infelizmente o plano não deu certo e eu continuava treinando continuamente. Depois que pela primeira vez eu fiquei exausto eu comecei a lembrar da minha casa e da CDM. Eu lembrei que tinha uma luta marcada com o "chefe" no dia 17, e que deveria escolher armas novas no meu primeiro dia na aula Normal. Eu tinha quase certeza que s prazos já haviam terminado, mesmo assim queria a todo custo voltar e honrar cada compromisso.
...
Depois de muito tempo (ou talvez nem um) dormindo eu já me sentia com mais energia. Depois disso eu comecei a fazer os bonecos de escuridão me atacarem, mas então subitamente eu parei, pois agora tinha me dado conta de que eu poderia usar o Duat para sair do Duat.
Rapidamente comecei a passar um pouco do poder que eu havia "estocado" para cada boneco feito de escuridão, e percebi que eu tinha juntado mais energia do que em qualquer outra vez, e logo vários guerreiros cheios de força e poder estavam abrindo uma enorme fenda na parede de escuridão. Em dois ou três golpes de cada um eu já conseguia ver o mundo exterior pelo outro lado da fenda. Em 10 golpes eles já haviam aberto uma fenda para se passar um caminhão. Então eu comecei a imaginar eles imóveis, mas não estava acontecendo nada, eles ainda estavam abrindo a fenda.

Logo eu me dei conta de que a força e o poder que eu dei a eles pudesse ter feito com que eles tivessem vida própria, como quando a gente constrói um shabat. Então concentrei as forças que tinha e comecei aos poucos a parar cada um usando o poder que eu lhes havia dado, logo eu tinha o controle de todos. Em quanto eles seguravam a fenda eu tratei de passar. Quando cheguei ao outro lado eu não sabia exatamente onde estava até ver os prédios os rostos das pessoas e a fala deles. Eu estava no Japão.

Capitulo V – Meu Aniversário de Oito Anos

Assim que eu cheguei a minha cidade, eu me deparei com algo um pouco fora do normal. Uma grande ventania abalava toda a zona Noroeste, onde coincidentemente ficava minha casa, no início eu não dei muita bola já que era normal ter ventanias na cidade, eu só me intriguei devido o vento ser quase visível como se fosse uma pessoa feita de vento. O portal de Ulisses me levou ao portal de entrada na zona Leste eu tive percorrer um bom caminho a pé. James permitiu que eu ficasse com a espada então eu a carregava a todo o momento. Como era minha única arma eu me preocupava bastante com ela mas no fim do ano passado eu já a manejava muito bem, portanto eu sabia cada movimento que eu necessitaria usar em caso de emergência.
Eu caminhei por alguns minutos até um carro passar e eu obviamente pedir carona. Eu falei:
–Bom dia amigo, você poderia me dar uma carona até a zona noroeste da cidade?
–Desculpe-me, mas o máximo que eu posso te levar é no Centro – falou o motorista com um ar bastante natural, como se nos conhecêssemos há bastante tempo.
–Eu aceito – entrei no carro e coloquei a mochila (onde eu guardava minha espada) aos meus pés, onde eu poderia ter acesso a espada rapidamente caso precisasse.
A viagem até o centro foi tranquila; basicamente não tinha muito trânsito até onde o rapaz iria me deixar. Depois que ele me deixou no centro eu agradeci e fui andando até o ponto de ônibus mais próximo. Peguei um ônibus que levava a zona norte; quando cheguei ao meu destino comecei a caminhar a pé até minha casa. Tenho que confessar que se aquela situação tivesse acontecido em 2006 ou no início de 2007 eu não teria aguentado, mas depois de passar um ano recebendo treinamento de Elite eu mal soei.
Quando eu cheguei mais perto percebi que realmente se podia ver o ar, era como se eles estivessem em conflito. Eu comecei a sentir a presença de algo mal, mas ao mesmo tempo algo inofensivo. Eu comecei a correr até a rua da minha casa, onde avia maior concentração dos ventos, e corri até o ponto mais próximo que consegui.
Assim que cheguei próximo de casa, vi uma cena um pouco anormal, até mesmo para os Caçadores. Se você já presenciou uma briga você tem mais ou menos uma noção do que estava acontecendo. Imagine o cara mais forte da sua escola trabalho ou qualquer outro lugar; agora imagine seis caras um pouco fortes lutando contra o cara mais forte; agora imagine que eles estão voando e eles são feitos literalmente de ar. Era isso que estava acontecendo. Assim que eu presenciei a cena eu reconheci o cara mais forte, era o deus egípcio dos ventos: Shu. Os outros caras eram espíritos das tempestades Romanos chamados de Ventis.
Assim que eu os vi eu pensei mil coisas ao mesmo tempo, por isso eu parei, mas assim que um dos Ventis percebeu a minha presença relinchou para os outros – pois estava na forma de cavalo – e todos se viraram. Logo em seguida três Ventis em forma de cavalo e um Venti na forma de humano avançaram para cima de mim, em quanto isso, Shu estava lutando com os que ficaram. Eu não tive tempo de pensar direito, caso contrário não me arriscaria tanto, mas eu usei um dos únicos truques que eu aprendi a executar com êxito: a miragem.
Em um segundo eu estava na calçada observando tudo, no outro estava do outro lado da rua avançando em direção aos Ventis que atacaram a miragem que eu deixei. Logo todos os quatro estavam em sua forma sólida tentando me machucar sem conseguir. Então num passe de mágica eu apunhalei cada um dos Ventis e cada um se desfez em pó.
 Os outros dois fugiram, e Shu desceu em sua forma mais humana possível. Ele então disse:
–Bom trabalho garoto – falou com ar de superioridade, mas também orgulhoso por mim – Você irá se tornar um grande mago se continuar assim.
–Mas eu ainda não escolhi o Sangue egípcio – falei com os olhos semicerrados. – Ainda estou no meu primeiro ano.
–Pois bem – retrucou Shu, eu não poderia dizer qual era a expressão dele já que ele era basicamente Ar dentro de uma roupa – você deveria desde já escolher o lado egípcio, pois caso ainda não saiba é o melhor.
–Bem já que diz isso... – falei com indiferença – Afinal, por que você está aqui?
–Fui encarregado pelo próprio Rá de proteger a família de um mago talentoso, no caso você – falou ele satisfeito.
–Bem até quando? –falei já preocupado com um possível retorno dos Venti.
–Até que você retorne para Brasília. – respondeu Shu.
–Nesse caso você pode ficar de guarda que eu vou comemorar minha festa de aniversário... –falei me dirigindo para minha antiga casa. – Você gostaria de se juntar a nós?
–Claro, mas quem fica de guarda?
–Não se preocupe eu vou usar um encantamento para ocultar a casa.
–Neste caso vamos – então Shu começou a voar e me levou pelos ares até a minha casa.
Assim que eu entrei minha mãe estava me esperando, junto com meu irmão John. Minha avó também estava lá, mas ela não me viu.

Depois de muitos abraços e beijos da minha mãe e um tapinha nas costas do meu irmão e apresentei meu amigo “Twister” e disse que ele passaria o meu aniversário comigo, minha mãe não reclamou e nós entramos. Almoçamos e comemos um bolo, mas assim que eu ia ver minha avó (que estava muito doente, por isso não se confraternizou conosco), um portal se abriu na minha frente e eu entrei – eu não tive tempo de parar. Lá dentro era o vazio total. Eu estava preso; preso pela escuridão... a escuridão do Duat.